Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Romeu apaixonado

Depois de muito flertar e iniciar um romance com o governo, o senador Romeu Tuma resolveu assumir o casamento. Vai para o PTB.

Hoje, em CH

Olho da rua
Regina Parizi ainda não sabe, nem seu padrinho José Dirceu, mas ela será demitida hoje da diretoria-executiva do Geap, plano de saúde de servidores.

Dessa vez Cláudio Humberto caprichou, avisou a demitida pela imprensa que hoje será o dia dela.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Mais uma decisão importante

Hoje o STF decidirá sobre a fidelidade partidária. Os ministros decidirão se os mandatos são do partido ou dos parlamentares. Além disso terão que dizer se quem mudou de partido perde´ou não o mandato.
As apostas são muitas. Tem gente dizendo que o STF vai ser muito duro e decidirá que todo mundo que mudou de partido vai perder o mandato. Por outro lado, tem quem diga que o STF apenas reconhecerá que os mandatos são dos partidos, mas não tirará o cargo eletivo de ninguém.
Se o STF tiver, de novo, o mesmo pensamento do povo nas ruas, vai ter deputado muito triste hoje a noite.

De Noblat, hoje

Rio Grande do Norte
À caça do mandato de Rosalba
Estão querendo mesmo derrubar a senadora Rosalba Cialirni (DEM-RN), a ex-prefeita de Mossoró.
O candidato derrotado nas eleições de 2006, Fernando Bezerra, e o partido dele, o PTB, entraram, ontem, com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra uma decisão do TRE do Rio Grande do Norte, que não deu bola para a acusação de que a senadora teria doado um carro a Francisco Canindé Menezes – ex-vereador do município de Felipe Guerra (RN) – em troca de voto e apoio político.
No início do mês, o TSE decidiu, por 4 a 2, arquivar um outro processo (também de autoria de Bezerra) que acusava a senadora de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Rosalba, num período de cinco meses antes das eleições, concedeu 64 entrevistas a uma TV do correligionário dela senador José Agripino Maia (DEM-RN).
A diferença entre Rosalba e Bezerra foi de apenas 11.131 votos, equivalente a 0,76% do total.

terça-feira, outubro 02, 2007

Deu no blog do Juca

'Pedaço de mim'
Hoje faz 30 anos que Pelé se despediu do futebol e disse "love, love, love!".

Por ROBERTO VIEIRA

No dia 30 de setembro de 1977, uma carta apareceu nos jornais de todo o Brasil.

Apócrifa.

Nova York, 30 de setembro de 1977,
Meu amor,
O que será da minha vida sem você?
A saudade já me invade. Covarde. Completa.
Não sei responder.
Tantos chegaram perto de conquistar meu coração. Leviana. Um dia nos pés do Mestre Ziza. No outro do Mestre Tim.
Em algumas noites eu pertenci ao Diamante Negro. Andamos de bicicleta. Apaixonados.
Mas nada que durasse muito tempo.
Alguns gringos me tratavam com carinho. Puskas galanteador. Di Stefano dono do mundo. Mathews gentleman.
Tudo muito formal. Ninguém me chamava de mulher, como diria Chico Buarque. Que aliás me namora. Amador.
A todos neguei meu amor.
Porque amor é uma coisa complicada. Não depende da vontade da gente. Se sente e só.
Então você me chegou. Menino. Sorrindo. Nunca perguntou meu nome. Sabia.
Nunca me chamou pra dançar. Já saimos dançando quando nos vimos.
Viajamos juntos para a Suécia. Você era de menor, mas ficamos no mesmo quarto. Ainda lembro quando aquele sueco veio com as travas da chuteira me agredir. Você me levantou no ar e sem me deixar cair me fez deslizar até as redes.
E o mundo conheceu você.
E nós fomos conquistar o mundo juntos. On the road.
Lembro do olhar dos portugueses quando você driblou metade do Benfica e só parou quando chegou no Castelo de São Jorge.
Ou daquela vez quando me usou para se vingar do Botafogo de Ribeirão Preto.
Você me escreveu os mais belos versos de amor.
Mil vezes.
Lançou-me pelos ares rumo ao gol. E Viktor saiu correndo, ridículo. Sublime.
Mas você por vezes me enganava.
Um dia eu imaginei que você me mandaria para as redes de Mazurkiewicz.
Ele foi para um lado e eu para o outro e nós nos encontramos no infinito.
Mas seu maior prazer era me exibir nua para os corintianos.
Eles chamavam por mim, desesperados. Eu desfilava no quase. Mas voltava aos seus pés. Sempre.
Quando Vicente e Morais te torturaram eu me neguei a eles que perderam a Copa, perderam as eliminatórias, perderam o rumo.
Lembra quando nós faziamos um ménage a trois com o Coutinho?
Muitas vezes eu não sabia quem era quem.
Então os anos passaram e você me disse adeus em 1971.
Eu te gritei: Fica!
E novamente você me disse adeus em 1974.
Eu te disse: Volta!
Hoje um novo adeus percorre os lábios teus. Um adeus pra sempre.
Um adeus sem volta.
E eu me recolho casta. Para viver dos sonhos.
Sempre apaixonada.
Sempre tua,
A BOLA

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domingo, setembro 30, 2007

A noite do tempo

Claúdio Emerenciano - Professor da UFRN

O homem, em todas as formas de criação artística e literária, ao longo de sua existência, associa as fases do dia e da noite com as circunstâncias que o cercam. Um dos mais belos e deslumbrantes livros da humanidade, "As mil e uma noites", revela coragem, argúcia e criatividade de uma bela mulher. Seu nome: Sheherazade. Ela escapa da sentença de morte, decretada por seu marido, um sultão. Seu ardil: seduzi-lo com suas estórias intermináveis, continuamente narradas madrugadas adentro. Que se sucedem no transcurso desse tempo, suscitando-lhe amor, fascínio e paixão. Shakespeare, em “Romeu e Julieta", genialmente vincula o amor eterno desses personagens ao raiar do dia, inebriado por um hálito suave de ventos primaveris. Enquanto cânticos da cotovia os induziam a identificar o sentido universal da vida. A placidez dos campos e os raios de luz que dissipavam a névoa; o som do atrito das águas dos rios com as rochas que os margeavam; o aroma exalado por flores que desabrochavam; beija-flores que pareciam sussurrar ao extrair néctar das plantas. Tudo compõe uma atmosfera romântica, amargamente desfeita ante a fatalidade de uma tragédia imprevisível. O amor sublime do casal, que imobiliza o ódio de suas famílias.

Na juventude, compartilhei com Valério Mesquita a leitura de toda a obra shakespeariana. É impossível superar a genialidade de "Júlio César". A ambiência da madrugada da conspiração, com raios e trovões tenebrosos, trevas que se alternavam com ventos sinistros, que assobiavam como presságio do assassinato da manhã seguinte. Os pesadelos sucessivos de Calpúrnia, a mulher de César, que o viam trespassado por punhais e sua toga consular encharcada de sangue. As motivações dos conspiradores e suas variáveis psicológicas: da ambição e inveja de Cássio ao compromisso republicano de Brutus. Por fim, o primeiro tratado de comunicação social do mundo, exposto através dos discursos fúnebres de Brutus e Marco Antonio. A manipulação da “opinião pública", através da conjugação de emoções e dádivas financeiras constantes de um simulacro do testamento de César, maquiavélica e improvisadamente urdido por Marco Antonio. A obra do gênio desvendou todos os sentimentos e emoções: nobres e subalternos. Ninguém mergulhou tão profunda e intensamente na alma humana.

A noite do tempo é um instante estático, imóvel, sem movimento. Fonte de perplexidade, angústia, incerteza ou ansiedade na História. Momento em que a condição humana parece abdicar da esperança, dos sonhos e da crença em si mesma. Manifesta-se aqui ou ali. Ou em todos os lugares, invadindo e alcançando a "aldeia global". Quando a França caiu, ocupada pelos nazistas em 1940, André Maurois (Nobel da Literatura) escreveu "Tragédia na França". Empregou, pela primeira vez, a expressão, significando uma derrocada universal. Conferiu-lhe, pois, dimensão intransponível. Mas Winston Churchill, logo depois, em um dos seus memoráveis discursos, concitando seu povo à resistência, disse que "essa noite do tempo não persistirá, pois as trevas sempre sucumbem à luz". E ruíram, como todo mal. Foi-se...

Circunstâncias universais apontam, infelizmente, para uma parada do tempo. Uma noite que precisa ser atravessada, percorrida e esquecida. Contradições, perplexidades, absurdos, injustiças, impunidade, violência e ódio se generalizam. Mas assumem peculiaridades em alguns países. É o caso do Brasil. É tempo de despertar.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/coluna.php?id=2020&art=53639