Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Uivos de ódio

Deplorável se utilizar de um espaço para a sua defesa para atacar colegas, quando o que o senador deveria fazer era ter rebatido as acusações, alicerçadas em provas e indícios, contra ele. Se outros senadores cometeram irregularidades, que o senador Renan represente junto ao Conselho de Ética contra os mesmos. Da mesma forma que o senador do PSOL vem representando contra Renan. Fácil, incia-se uma investigação, escolhe-se um relator e depois vota-se um relatório. Promoveram uma triste "chincana" no Senado. Venceu Renan e perdeu a Instituição.

Deu samba no tango

Buenos Aires está sendo constantemente invadida pelos turistas brasileiros. A depreciação do peso argentino tornou atrativa do ponto de vista financeiro a viagem àquele país. As lojas da famosa "rua Florida" tocam deploráveis músicas de axé, em busca dos "hermanos" brasileiros. Os vendedores entendem perfeitamente o nosso português. No entanto, é preciso sair do roteiro turístico para apreciar o verdadeiro espírito do povo argentino. Um país que enfrenta um claro processo de empobrecimento, mas que possui o principal capital que se pode almejar: um povo com um nível de escolaridade alto e bom nível intelectual. Se existe uma coisa que vai muito bem obrigado na Argentina é o seu mercado editorial.

Posição lastimável

A abstenção do senador Aloísio Mercadante, que acabou conduzindo a posição de outros 5 colegas de Senado, pode ser considerada como uma nota triste, das inúmeras do processo de cassação envolvendo o nome de Renan. Ora, o processo de cassação havia chegado ao seu final, as provas tinham sido fartamente produzidas, o Conselho de Ética aprovara o relatório pedindo a cassação; ou seja, só cabia aos senadores dizer: sim ou não. E assumir a sua posição perante a opinião pública. Abster-se em um momento histórico como esse representa uma nódoa na vida pública do brilhante senador Aloísio Mercadante. Aliás, ele continua sendo um senador de inegável valor intelectual, mas a postura de homem público e a coerência, construídas ao longo de uma vida, foram ao chão como um "castelo de areia".

Não precisa dizer mais nada

Do senador Garibaldi sobre a Sessão que absolveu Renan Calheiros: "melancólica".

Glossário

A palavra do dia, decoro:
1 recato no comportamento; decência
2 acatamento das normas morais; dignidade, honradez, pundonor
3 seriedade nas maneiras; compostura
4 postura requerida para exercer qualquer cargo ou função, pública ou não

Parece que o antônimo é o sinônimo de indecência.

Saindo da ressaca

Lembrando momentos de ontem, vem em nossa mente as palavras de um líder, após a absolvição de Renan, ele disse algo mais ou menos assim: na democracia é assim, sempre alguém ganha e sempre alguém perde.
Certo senador, é até verdade. Mas aí nós queremos saber. Se quem ganhou foi Renan, quem perdeu?
O povo brasileiro, o senado, ou ambos?
Viva esta democracia.

Regina quebrou o decoro

A Sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Mary Regina, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, conhecida por liderar boa parte dos praças em manifestações grevistas, foi expulsa hoje por falta de decoro com a classe. Segundo consta no processo administrativo que tramitou na corregedoria da PM, Regina teria praticado estelionato ao emitir seis cheques sem fundo à uma mesma pessoa. Do alto de sua honrada posição de Comandante da respeitada polícia Potiguar, o Cel. Marcondes Pinheiro disse: “O crime de estelionato não existiu porque ela induziu o cidadão a não apresentar os cheque ao banco, prescrevendo a validade dos cheques. O que importa e ficou comprovado é que ela contraiu a dívida e não pagou, demonstrando comportamento inconveniente e falta de decoro com a classe”.
Diante disso tudo dá até uma vontade de rir. Não pelo ocorrido com Mary Regina, mas pela situação como um todo. Vejamos: contrair dívidas agora é crime, além disso, passar cheque voador é quebra de decoro. Hum, certo. Imaginemos agora se este Coronel for expulsar todo policial militar que dever dinheiro ou passar cheque sem fundo, estaremos sem policiais nas ruas de todo o estado em menos de uma semana. Qual cidadão genuinamente brasileiro nunca passou cheque sem fundo ou deveu?
Quebra de decoro? Balela. Muito pior do que isso foi o comportamento deste mesmo Coronel no dia da apuração de votos do primeiro turno da eleição passada, lá no TRE. Este líder militar metido a Napoleão se dirigiu ao presidente daquela Côrte, e com um sorriso cínico pegou na gravata do mesmo e disse: "bonita gravata vermelha presidente". Nem preciso lembrar aqui que o cargo de Comandante da Polícia Militar é de confiança da governadora e que o presidente Cláudio Santos foi secretário de segurança do estado na primeira parte do primeiro mandato da governadora Vilma. Também não precisamos lembrar aqui que vermelho é a cor que a governador usa em suas campanhas eleitorais e em seu governo.
E Renan Coronel?

quarta-feira, setembro 12, 2007

Renan livre

O Plenário do Senado decidiu pela absolvição de Renan. 40 pela absolvição, 35 pela cassação e 6 se abstiveram.
Pronto, agora é só respeitar a decisão do Pleno.

Enquanto a sessão acontece...

Sugerimos a leitura do pronunciamento do senador Garibaldi Alves Filho, feito ontem, na Tribuna do Plenário. Segue abaixo:

Sr. Presidente,
Srªs e Srs. Senadores,

Estamos eu e, acredito, Sr. Presidente, todas as Senadoras e Senadores, diante de um gravíssimo desafio, às vésperas da sessão em que este Plenário apreciará o parecer do Conselho de Ética, que recomenda a cassação do mandato do Presidente desta Casa. Grande desafio, porque nossa responsabilidade política e cívica nos põe diante de uma decisão que, se nos constrange, por um lado, por termos de julgar um companheiro nosso, por outro lado nos leva a pensar que temos plena consciência de que, por dever para com nosso mandato, temos de deixar de lado afetos pessoas e compromissos partidários, para resgatar, isto sim, a instituição dos grilhões do descrédito e da iminente e inexorável desonra em que se está por lançar.
Chego ao instante que não busquei e que quis, sinceramente, afastar, meus caros Senadores; chego às vésperas desse julgamento, trazendo na alma a experiência que já calejou, embora não a tenha marcado com as rugas indeléveis e irreversíveis do desencanto ou do desalento. Trago, sim, calos da vida, mas não mágoas de espírito, pois aprendi, desde a juventude, que a vida pública é assim: renúncias, incompreensões, julgamentos precipitados, reversões de expectativas, derrotas, mas também a indizível alegria interior pelo dever cumprido, vitórias e retemperados esforços para novas pelejas pelo bem comum.
Nesta hora em que a Constituição me impõe o dever de ser juiz, não posso fugir a essa outra responsabilidade que o povo, ao eleger-me, pôs sobre meus ombros. E me obrigo a recordar, nas sofridas e angustiantes reflexões dessa véspera, o que exercitei na vida pública, exercício testemunhado pelos meus conterrâneos ao longo de quase 40 anos de ininterrupta e exclusiva atividade política. Durante 16 anos, fui Deputado Estadual em meu Estado e, depois, Prefeito de Natal; Senador uma primeira vez, Governador do Rio Grande do Norte por oito anos consecutivos e, mais uma vez, agora, Senador da República. Penso ter a compreensão das encruzilhadas que desnorteiam o País, os subterfúgios, os desvãos, as sombras em que se esvaem tantas vezes a ética pública.
Lastimo, Sr. Presidente, Senador Tião Viana, que se haja perdido, em tais atalhos, um companheiro nosso, estimado companheiro, que terminou por levar, para momentos de penumbra, o Senado da República. Mas acabo de dizer: a alma, assim, experimentada e experiente, não tem rugas de desencanto. Por isso, por acreditar, vigorosamente, no Brasil e nos brasileiros, eis-me pronto a cumprir meu dever.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não condeno, explicitamente, o Senador, mas quero absolver o Senado. Creio ser esse meu o dever e não vejo alternativa outra senão impedir, com o acolhimento do parecer do Conselho de Ética, que persista, definitivamente, essa sangria mortal da credibilidade da nossa instituição perante a opinião pública.
Teria agido para o bem do Senado e da República o nosso Presidente se, ao protestar inocência, como protesta desde o início desse processo, não tivesse exigido como seu fiador o Senado que, perplexo, restou até aqui mergulhado em dúvidas, ceticismo, desconfianças, receios e suspeitas.
O resgate dessa carta de fiança é urgente e não se pode arrastar até que todas as demais acusações sejam, enfim, apuradas e julgadas.
É, Sr. Presidente, deplorando, mas deplorando mesmo, que minha vida pública, que já me deu tantas alegrias, haja reservado para mim a provação desta hora, e lastimando ter de cumprir, assim, o meu dever, que declaro que este momento atingiu o Senado da República e que a ferida aberta precisa de sofrida terapia. Desse pesar não tenho o direito de desertar, razão por que acolherei, amanhã, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

terça-feira, setembro 11, 2007

PT rachado

Na busca de informações sobre quem votará com quem, a imprensa nacional já descobriu que o PT tá rachado, bem no meio. 6 a favor e 6 contra o presidente da Casa.