Contraste entre dois Rios Grandes

O Rio Grande do Norte e o Rio Grande do Sul são governados por mulheres. Wilma, governadora do RN, reeleita pelo PSB; Yeda Crusius, governadora do RS, eleita pelo PSDB. Uma análise superficial pode chegar à conclusão de que as posturas das duas políticas e administradoras se aproximam, no entanto com as respectivas posses, enxerga-se uma abismal diferença na maneira de administrar o estado. Enquanto a governadora do RS abriu guerra contra o desperdício e lançou um audacioso plano de corte de gastos para conter a dívida pública do estado; no outro Rio Grande, a governadora gerou uma enorme expectativa em torno de uma reforma administrativa que vai onerar os cofres públicos com a criação de 19 cargos comissionados e duas secretarias.

No fim, fica a impressão de que somos nós do RN os rio-grandenses mais prósperos.

Cortina de fumaça

Desde que saiu a matéria no Correio Brasiliense sobre a máfia dos remédios, envolvendo parlamentares potiguares, que o senador Fernando Bezerra tenta desviar o foco do assunto. Primeiro, acusou o deputado federal Henrique Alves de ter plantado a matéria e ameaçou processar o jornal e o jornalista que assinou a matéria. No dia seguinte, a Folha de São Paulo repercutiu o assunto. Será que foi o deputado que plantou a matéria no jornal paulista e o senador irá também à justiça contra o jornal? Depois, atribuiu as irregularidades na distribuição de remédios a um ex-funcionário já falecido do seu gabinete. Legitimamente, a família do morto não gostou nenhum pouco. Em carta, viúva e filhos afirmaram que se o marido cometeu alguma irregularidade, "terá sido por delegação e orientação do próprio senador em cujo gabinete, aliás seu local de trabalho como servidor público, o prefeito de Portalegre, no recuo, afirma o haver encontrado".

Como diria Delúbio Soares, tudo acaba virando "piada de salão".

Fico

O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, foi categórico:

"isso é coisa de gente desocupada; até agora não cogitei, absolutamente, em mudar de partido".

Parece que a chave-de-roda foi apertada.

Disputa na Câmara

A disputa pela presidência da Câmara dos deputados estava se encaminhando para a eleição de Arlindo Chinaglia (PT/SP), mas o lançamento da candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB/PR) levou o pleito à indefinição. Chinaglia aposta nos acordos formais com partidos da Casa, incluindo o seu PT e o PMDB, além dos mensaleiros PP, PTB e PR - antigo PL. Aldo Rebelo (PC do B/SP) alicerça a sua candidatura em um tom institucional e conta com o apoio do PC do B, PSB e PFL. Fruet, recém-lançado, vive o dilema entre se apresentar como candidato oposicionista ou nome independente. Não conta, entretanto, com o apelo de vantagens para o baixo-clero. Ampara-se em um discurso ético e de resgate da imagem do Parlamento.

O que parecia uma luta morna tende a se tornar emocionante. Chinaglia já se prepara para enfrentar um segundo turno que será imprevisível.

De Oliveira Wanderley

No artigo "Quem faz oposição a Wilma?", Oliveira Wanderley concluiu:

Na realidade, oposição mesmo a Wilma quem tem feito é o deputado José Dias. É o único deputado oposicionista que não dá trégua à governadora. E faz oposição com responsabilidade e bom senso.

Seduções Fálicas no Palácio do Governo

A pinacoteca potiguar apresenta a exposição "os novos da pinacoteca" com doações de obras de vários artistas da terra e amostras individuais. Entre as amostras, Adriana Lopes apresenta o seu acervo de esculturas, sempre explorando a técnica raku, que foi desenvolvida por um mestre ceramista japones no século XVI.

Vale a pena conferir a exposição no Palácio Potengi, antigo Palácio do governo do RN, desde o dia 11 de janeiro.

Novos atrasos e cancelamentos

A Anac registrou neste domingo, até as 16 horas, 96 vôos atrasados e 50 cancelados, de 625 previstos. É o retorno de um problema que já havia diminuído. Enquanto isso, Lula continua em céu de brigadeiro e Waldir Pires, entronizado no cargo de ministro da defesa.