Azul bebê

Quem circulou hoje pelo Senado foi o dublê de publicitário Renato Faleiros. Para quem esse nome não lembra nada, vamos explicar: foi ele o responsável pelo marketing da campanha para o governo do senador Garibaldi Filho. Ele pode estufar o peito e dizer para os seus coleguinhas da área que pegou um excelente produto político, com mais de 10% de vantagem sobre a sua concorrente, a governadora Wilma de Faria, e conseguiu, em 2 meses, jogar fora toda essa vantagem. Deixou que o publicitário da terra, Alexandre Macedo, transformasse uma governadora em candidata de oposição, deixando o candidato verdadeiramente de oposição na defensiva. Ainda mais, desprezou toda uma história de símbolos políticos como o uso do verde e de músicas alegres, e passou a usar um ridículo azul bebê e uma música com uma introdução de cortejo fúnebre. Além disso, um slogan sem sentido: "volta Garibaldi". Mas como? Se Garibaldi nunca se ausentou de sua terra e nem o mais ferrenho dos seus adversários nunca cogitou de por em dúvida essa presença? Enquanto isso, Macedo, o publicitário da terra, usou e abusou do vermelho, cor tradicional de Wilma, e da emoção de cenas muito bem produzidas e do apelo da "mulher guerreira contra os caciques". Elementar, meu caro Watson! Só o gênio importado não percebeu que não se pode descaracterizar toda uma simbologia política.