Ele não é mais o mesmo

Lula estava bem à vontade no jantar com a bancada federal do PMDB. Parecia até um igual entre os políticos PMDBistas. Lula não é mais o mesmo. Pudera! O seu partido, o PT também não é mais o mesmo. Está aceitando dividir o poder em nome da governabilidade.

Meno male

O governo mudou a estratégia diante da iminência da criação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. Antes contrário à criação de CPI homônima na Câmara, poderá apressar-se agora para instalá-la. Quer evitar a todo custo que o assunto seja tema de investigação no Senado, onde a maioria governista é mais frágil.

Só se fala em apagão

O ministro da Defesa, Waldir Pires, está fazendo uma exposição, em audiência pública, sobre a crise do setor aéreo. Uma seqüência interminável de desculpas, esquivamentos e análises abstratas. Solução para o problema, que é o que todo mundo espera, nada de sair. É uma pena que Waldir Pires esteja encerrando a sua carreira política dessa forma. Mais um cadáver político com a assinatura do governo Lula.

Romaria

Brasília está tomada. São 3.000 prefeitos na cidade reivindicando medidas que melhorem a situação dos municípios brasileiros - a maioria mal consegue pagar a folha de pagamento, estão em petição de miséria. No entanto, uma análise nos chamou atenção. Conversando com o prefeito de Janduís, dr. Salomão Gurgel (PT/RN), obtivemos uma lúcida radiografia da situação dos municípios: "se eu tivesse 100 mil reais a mais por mês de receita para o meu município, não precisaria nem vir à Brasília. Resolveria todos os problemas do meu município. No entanto, como não tenho esses recursos, tenho que batalhar por eles aqui".

Salomão ainda tem a facilidade de ser do partido do presidente, imaginem os que não possuem esses recursos e constatam que as torneiras do governo federal estão fechadas. Diante dessa análise, só se pode concluir que alguma coisa está errada, não acham?

Mata o velho!

O jogo de ontem, Vasco e Botafogo, foi eletrizante. Aos 4 minutos, estava 2 a 1 pro Vasco. Ao final, 8 gols, 4 pra cada lado. Mas o que impressionou mesmo foi a rapidez com que o jogo aconteceu. A maioria dos jogadores compensou a falta de técnica com uma correria frenética. Alguns jogadores devem ter corrido nessa partida perto de 15 km . Era um ir e vir sem parar. Nesse meio, Romário não teve chance. Categoria ele tem de sobra, no entanto, passando dos quarentinha, ficou difícil acompanhar a correria de ontem. Só teve a bola no pé durante 11 segundos o jogo inteiro. Teria mesmo que terminar em câimbra para ele. Os pênaltis premiaram o time superior na partida, o Botafogo. Difícil mesmo foi agüentar "Chatão" Bueno puxando o saco do baixinho.

Feriado caro

O feriado da Semana Santa saiu caro para o contribuinte do Pará. A governadora Ana Júlia Carepa mobilizou 28 assessores e o governo pagou 123 diárias.

A palavra do momento: Apagão

A leitura dos jornais nos dá a exata noção sobre o que estamos atravessando no nosso país. São os apagões: aéreo, rodoviário (o último feriado de Páscoa registrou um recorde no número de acidentes), fluvial - acreditem, o jornal "O Globo" publicou matéria sobre essa nova modalidade de apagão - e o da segurança. O apagão energético continua a nos preocupar e amarra o crescimento econômico. Há ainda os apagões ético e de eficácia de nossas instituições. Entretanto, o mais grave de todos, sem demérito dos desastres provocados pelos outros apagões, é o apagão de idéias que nos atacou. Vivemos sob uma era do pensamento tacanho e de total apatia. Assistimos aos jornais televisivos diários e não percebemos a magnitude da barbárie, infelizmente nos acostumamos a tudo isso. Somos meros cordeirinhos sob a dominação dos donos do Poder. Enquanto tudo isso ocorre, Lula agradece aos controladores de vôo por nos ter proporcionado uma Semana Santa tranqüila. É mole?

O dia mais importante para o cristianismo

Diferentemente do que a maioria das pessoas acredita, o Natal não é a data mais importante do calendário cristão. O dia fundamental a ser lembrado é a Páscoa, o qual celebra o fato de maior relevância para católicos, evagélicos, espíritas kardecistas e todos que creêm na divindade de Jesus Cristo. Foi durante os festejos da Páscoa judaica, que celebra a libertação dos judeus do Egito, que um jovem nazareno de nome Jesus foi condenado à crucificação e passou por toda a sorte de expiações e humilhações antes de ser sacrificado. Três dias depois, o seu corpo não estava mais na tumba cuidadosamente vigiada por soldados romanos. Jesus apareceu, então, para os seus discípulos para anunciar a boa nova: a morte não existe. E atribuiu àqueles homens simples a tarefa de anunciar a verdade para todos os povos. 2.000 anos depois, a Celebração da Páscoa está descaracterizada pelo mundo consumista. Só se fala no coelhinho da páscoa e na distribuição de ovos de chocolate. Seria hora, entretanto, de, antes de se empanturrar de chocolate, refletir sobre o significado da data. Se o Cristo viesse à Terra nos dias atuais, seria novamente crucificado? Fica a dúvida em um mundo marcado pela desigualdade e pela insensibilidade diante do sofrimento do próximo.