Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Enquanto o Bispo faz greve, o povo morre de fome

Da sucessão de absursos que caracteriza o Brasil contemporâneo, a greve de fome de Dom Cappio atingiu o ápice. A Transposição do Rio São Francisco, para os técnicos que entendem do riscado, é uma obra redentora. Garantirá segurança hídrica para uma população estimada em 12 milhões de pessoas. Será o coroamento de uma série de esforços do governo federal e governos estaduais que vêm investindo desde o início da década de 90 na área hídrica, mudando o conceito da ação estatal, antes voltada para o mero assistencialismo por ocasião das estiagens.

Ao nos depararmos com a greve de fome do Bispo, lembramos de Gandhi. O Mahatma - grande alma - deixou de se alimentar para conter a luta fraticida entre hindus e mulçumanos, que acabou apartando a Índia e o Paquistão. Doou-se por completo por uma causa da paz. Um louco hindu, sem compreender a compaixão de Gandhi pela humanidade e pelo próximo, ainda que fosse mulçumano, matou-o.

Já o Bispo Cappio faz greve de fome por uma causa injusta, uma causa que aparta os irmãos nordestinos, desnorteados por informações sem embasamento e que atropelam um processo que tarda a iniciar. Além disso, o Bispo descumpre toda uma filosofia da igreja em defesa da vida.