Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

sábado, julho 14, 2007

Ainda sobre Nelson Rodrigues

"A pior forma de solidão é a companhia de um paulista".

Entendam como paulista a mais ampla variedade de chatos e medíocres que povoam o planeta Terra.

Explicações para as vaias

Buscamos na genialidade de Nelson Rodrigues as explicações para as vaias a Lula durante a abertura do Pan:

"No Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, se quiserem acreditar, vaia-se até mulher nua".

"O carioca é um extrovertido ululante".

Uma lanterninha que custa caro

O governo Wilma acumula marcas bastante negativas. A marca da lanterninha do ensino fundamental em todo o Brasil, a qual já começa a repercutir no ensino médio através de resultados aferidos nos exames nacionais. A marca das perdas por não saber se mobilizar e trazer para o estado investimentos do governo federal. A marca do aumento crescente da violência, o que trouxe à nossa capital, antes tranqüila, a insegurança.

No entanto, uma das marcas negativas do governo repercute diretamente no episódio do Plano Diretor de Natal. O baixo investimento em saneamento. O menor de todos os estados do Nordeste. Um dos grandes debates sobre o Plano Diretor da capital girou em torno do coeficiente de adensamento da Zona Norte. Os vereadores aumentaram o índice de 1.2 para 2.5. O prefeito vetou e os vereadores derrubaram o veto. A alegação do veto do prefeito é o da infra-estrutura precária da região, principalmente no que toca ao saneamento básico. Ou seja, a Zona Norte estará relegada a poucos investimentos, enquanto o governo não enxergar o saneamento como uma prioridade. É uma lanterninha que custa muito caro.

sexta-feira, julho 13, 2007

Relaxa presidente!

O presidente Lula está preocupado com o andamento das obras no seu governo. Chegou, inclusive, a comentar que "isso (fazer as obras andarem) é mais complicado do que botar ovo".

Relaxa, presidente, que Vossa Excelência consegue.

Um dia pra Lula esquecer

Todas as vezes que foi anunciado na festa do Pan, Lula foi estrondosamente vaiado. Tanto é que quebrou o protocolo é não declarou a abertura dos jogos, como é de praxe. É interessante, visto que a aprovação popular do presidente é notória e indiscutível . O que houve então? Primeiro a demonstração da irreverência do carioca. Em segundo lugar, a não aceitação pelo brasileiro da mistura da política com o esporte, mesmo que esteja no script da solenidade.

Foi um dia para Lula esquecer. Uma sexta-feira 13.

Para afugentar os maus políticos

quinta-feira, julho 12, 2007

Receita para insones

Assistir a um jogo da seleção de Dunga. É sono na certa.

quarta-feira, julho 11, 2007

Melô de Renan

Daqui eu não Saio
Compositor : Paquito e Romeu Gentil

Daqui não saio / Daqui ninguém me tira. (bis)
Onde é que eu vou morar / O senhor tem paciência de esperar
Ainda mais com quatro filhos / Aonde é que vou parar (bis)
Sei que o senhor tem razão / Pra querer a casa pra morar
Mas aonde eu vou ficar / No mundo ninguém perde por esperar
Mas já dizem por aí / Que a vida vai melhorar

segunda-feira, julho 09, 2007

A máfia no Senado

O suplente Gim Argello está prestes a assumir o mandato de senador, devido a renúncia do seu titular, Joaquim Roriz. Argello tem nome, jeito e histórico de mafioso italiano, daqueles que os filmes holliwoodyanos imortalizaram. Sem o glamour, assemelha-se a Al Pacino, na pele de Michael Corleone, quando tenta legalizar atividades ilícitas. Cheio de histórias cabeludas que vão de grilagem a uma surra com taco de beisebol em um desafeto do antigo chefe, Sérgio Naya - relembrando o passado sangrento de Vito Corleone ou então a brutalidade Al Capone no filme "Os Intocáveis", ambos vividos por Robert DeNiro.

É a ópera-bufa que tomou de assalto a vida pública brasileira.

A genialidade de Nelson Rodrigues

Woden Madruga pinçou algumas frases do livro “O Óbvio Ululante - Primeira Confissões”, com crônicas de Nelson Rodrigues, selecionadas por Ruy Castro:

- Por tudo que sei da vida, dos homens, deve-se ler pouco e reler muito. A arte da leitura é a da releitura.

-Eu diria que, em nossos dias, a televisão matou a janela.

- Hoje, ninguém vê uma gorda sem lhe acrescentar um ponto de exclamação. Vivemos uma época tão sem busto, tão sem quadris, que ninguém entenderia a Lili em 1916. Os homens eram magros, tinham a face e o peito cavos. Mas a mulher podia ser gorda, ou, melhor, devia ser gorda.

- Ninguém confessa a virtude e repito: - a simples confissão de virtudes não interessa nem ao padre, nem ao psicanalista e nem ao médium, depois da morte.

- Sim, diante de mim, está o teatro, como um horizonte obsessivo e devorador.

- A nossa solidão nasce na convivência humana.

- Desde garoto, porém, eu sentia a solidão negra. Eis o que aprendi do Brasil: aqui o branco não gosta de preto, e o preto não gosta de branco.

- A solidão do negro brasileiro não tem nem a companhia do próprio negro.

- Se a viúva amava o falecido, o segundo matrimônio passa a ser o adultério com guaranás, salgadinhos e convidados.

- Lembro-me de uma vizinha gorda e patusca como uma viúva machadiana.

- Tão fora de moda como o primeiro espartilho de Sarah Bernhardt.

- Desde menino sou fascinado pela grande dor. (Acho que a grande dor não passa jamais).

- Bonito como um elefante de rajá.

- Virgem como uma solteirona de Garcia Lorca.

- O meu primeiro pecado é anterior a memória.

- Hoje, repito, a “mulher fatal é mais antiga, mais obsoleta , mais defunta do que a primeira audição do “Danúbio Azul”.

- Quem fez noventa anos, ou mais, está isento do tempo, isento de idade.

- Em nossos dias, o brasileiro é um ser crispado de solidão. Cada um leva no peito uma sensação de orfandade.

- Ficou mais só do que um Robinson Crusoé sem radinho de pilha.

- O casamento de amor devia ter o segredo do adultério. Nada de proclamas. Ninguém devia saber, jamais.

- Mais corrupto do que um Nero de Cecil B. de Mille.

- Do seu lábio pendia a baba elástica e bovina do homicida.

- No Brasil não há tempo. Temos quinze minutos de História. Ao passo que, na Itália, um pires, uma xícara, uma pia, uma bica, têm mil anos.

- Nas recepções do Itamaraty, as casacas vestem os idiotas. E mais: - eles têm as melhores mulheres e usam mais condecorações do quem arquiduque austríaco.

- Trato de adular a minha úlcera com um prato de mingau.

- Com as técnicas modernas, é possível vender bem uma mediocridade.

- O brasileiro é um Narciso às avessas que cospe na própria imagem.

- A inteligência está liquidando o teatro brasileiro. Daqui por diante, só darei uma peça minha ao diretor que provar a sua imbecilidade.

- Estava mais eriçado do que as cerdas bravas do javali.

- Qualquer brasileiro é suscetível ao pequeno suborno.

- Fazia um frio de rachar catedrais.

- Com as técnicas modernas de promoção, o homem cada vez pensa menos.

- A origem do câncer está no tédio conjugal.

- O amigo é o grande acontecimento, e repito: - só o amigo existe e o resto é paisagem.

- O grande povo é cínico. Só o subdesenvolvido cultiva uns três ou quatro escrúpulos.

- O trágico da amizade é a convivência.

- O ser humano só se tornou humano, e só se tornou histórico, quando aprendeu a ficar só.

- Sentimental como um ouvinte de novela.

- Minha imaginação é escassa. O meu processo é repetir. Arranquei de mim mesmo, a duras penas, uma meia dúzia de imagens. E um dia sim, outro não, repito a metáfora da antevéspera. A televisão vive das reprises dos seus filmes, eu vivo das reprises das minhas imagens. Graças a Deus, o leitor não percebe que leu aquilo umas cinqüenta vezes.

Sobre o aeroporto de São Gonçalo

"As obras estão devagarinho, bem devagar, quase parando".

Senador José Agripino