Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

domingo, julho 22, 2007

Com 10 meses e quase 200 mortes de atraso

Há 10 meses, o país ficou consternado com um acidente entre um avião da Gol e um jato Legacy. Morreram 154 pessoas. O acidente provocou uma crise aérea envolvendo os controladores de vôo, acusados de terem sido negligentes no episódio. Desde então, o governo Lula tem se revelado incapaz de resolver a crise. E o que é pior, além de incapaz, revelou até um certo desdém com um assunto sério que expos uma infra-estrutura precária, a qual compromete a segurança dos passageiros. Irritado com a crise, o presidente Lula chegou a anunciar que queria dia e hora para que terminasse. No entanto, os seus subordinados não deram bola. Waldir Pires atuou no caso como um autista, parecia que não tinha nada a ver com o caso. Chegou, inclusive, a reclamar do seu salário. A Anac, entregue a militantes petistas, não desempenhou o seu papel de regulação junto às companhias aéreas. Outros ministros fizeram gracinha. A ministra Marta nos sugeriu "relaxar e gozar". O ministro Mantega, do alto de sua empáfia, afirmou que tudo não passava de exteriorização da prosperidade. Ou seja, transformaram-se, de repente, em palhaços de um circo, como se aquelas 154 mortes não tivessem representado nada. O aeroporto de Congonhas, sabidamente inadequado, continuou sendo reformado, ou seja, os nossos recursos, frutos da contribuição de cada brasileiro, estavam sendo gastos em um equipamento impróprio para aquele volume de tráfego aéreo. Parece até que vivemos em uma tamanha bonança que podemos nos dar o luxo de “jogar dinheiro fora”. Deve ser reflexo do pensamento “manteguista”. O governo, na verdade, acreditava na sorte. Já havia ocorrido um acidente, seria muito difícil acontecer outro. Não no período de um único governo. Formou-se então uma espécie de “roleta russa” a cada pouso de avião de grande porte nas pistas de Congonhas. Brincou-se com o quê não se devia. Com a vida das pessoas. Quase 200 morreram. Depois disso, o governo finalmente anuncia uma série de medidas para reorganizar o nosso tráfego aéreo. No entanto, fica no ar uma pergunta dolorosa, sentida, como um grito da sociedade: por que não fizeram antes? Cada brasileiro está se enxergando nos que morreram e nos seus familiares e se questiona se é esta a postura que elegeu quando reconduziu Lula à presidência.