Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

sexta-feira, julho 20, 2007

O fim de uma era

Morreu Antônio Carlos Magalhães. Pode-se dizer que, com a sua morte, extingui-se uma era política brasileira. ACM iniciou na política na década de 50, pela antiga UDN. Apesar da oposição que o seu partido fazia a JK, ACM aproximou-se do presidente. Desde então, com exceção do curto governo de João Goulart, Antônio Carlos apoiou todos os presidentes da República, até que Lula assumiu à presidência. A partir daí, ACM passou a ser o oposicionista histriônico, com uma verve curtida em 50 anos de vida pública. ACM se destacou também como executivo. Foi prefeito de Salvador e governador da Bahia por 3 vezes. O seu grupo exerceu o poder na Bahia por mais de 20 anos ininterruptos. Deixou, como um dos principais legados, uma escola prática de administração pública. Sob a sua liderança, nasceram os políticos Paulo Souto, César Borges, Rodolfo Tourinho, Waldeck Ornelas, Antônio Imbassaí, todos com posição de destaque na política baiana e nacional. Da mesma forma que tinha facilidade para fazer amigos, tinha-a também para fazer desafetos e inimigos. Elegia e deselegia. Por muitos anos, a Bahia foi praticamente o seu feudo político. Ficou conhecido como “Toninho ternura” pelos amigos e “Toninho malvadeza” pelos desafetos. Passou pela dor de perder um filho, o talentoso deputado Luís Eduardo Magalhães. Dedicava-se a preparar o deputado ACM Neto para vôos maiores na política. ACM e seu neto conversavam frequentemente no Plenário do Senado.

Morreu na luta. Já não tinha a mesma força política, mas arquitetava e articulava a volta do seu grupo ao poder na Bahia, a sua província.