Em WM, mais cedo

A sombra do agripinismo
Para a imprensa nacional - basta conferir os principais jornais do Rio e São Paulo, incluindo a massa onlaine dos blogues, etc. - o grande vitorioso na eleição de Natal foi o DEM. Leia-se, senador José Agripino Maia. A candidata eleita do PV, Micarla de Souza, foi puxada do proscênio para um segundo plano. Completa-se a cena com a sessão de anteontem do Senado na qual o senador José Agripino fez o seu anunciado discurso de resposta ao presidente Lula (as duras e injustas críticas que Lula proferiu no comício natalense da Zona Norte) aparteado por todos os lados, centro das atenções. O líder do DEM é a nova estrela deste novo céu natalense. Diga-se de passagem que está sendo competente em atrair para si os holofotes da mídia e os aplausos da ilustre platéia. Eis aí uma primeira sinopse para a eleição de 2010.Mas nem todos estão cantando no mesmo coral. Ou se cantam, desafinam, escapam da pauta. Os pevistas da primeira hora começam a revelar um ciúme da glória repentina do senador Agripino e do sorriso exuberante dos agripinistas, coadjuvantes do sucesso. Isso sem falar dos meninos do deputado Robinson Faria, um dos primeiros cavalheiros a subir e ocupar lugar nobre no borboletamóvel que cruzava borboletando as ruas e avenidas deste efervescente olimpo natalense. Aliás, o deputado Robinson Faria é célebre em apresentar propostas fantásticas à política do Rio Grande do Norte. Uma delas, por exemplo, foi a de conseguir se reeleger para um segundo mandato de presidente da Assembléia Legislativa, ainda quando engatinhava nas fraldas do primeiro. Isso, louve-se, sem nenhum voto contrário. Nem da bancada do PT. Agora, leio nas folhas locais que o presidente da Assembléia Legislativa propõe “uma parceria administrativa entre a prefeita eleita e a governadora Wilma de Faria, mas sem acordo político”. Uma idéia civilizada, aberta, plural, realmente digna de um suíço do agreste. Em seguida, Robinson cunha no granito da esperteza uma frase prenha de sabedoria: “Para Micarla fazer uma boa administração, ela não pode ficar isolada”.Uma sentença, tão bem pensada e racionalmente elaborada, que, certamente, entrará, a partir de agora, em todos os manuais de ciência política.