Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

sábado, outubro 27, 2007

Retirado de Noblat

Deu na Veja
Baixaria na reta final
Por Otávio Cabral:
Dossiê tenta constranger relator do processo contra Renan Calheiros
O senador Jefferson Péres está sendo submetido a todo tipo de constrangimento desde que aceitou relatar o processo que investiga a participação de Renan Calheiros numa sociedade secreta que comprou veículos de comunicação em Alagoas. Espalharam boatos sobre sua vida pessoal, inventaram histórias sobre seu comportamento e difundiram casos que, se verdadeiros, colocariam sua credibilidade e isenção em xeque.
O nível de sordidez e maldade contra Jefferson Péres atingiu o ápice na semana passada. Senadores receberam um dossiê com acusações pesadas contra o colega amazonense. O material – um envelope pardo contendo um DVD e uma folha de papel – chegou pelo correio ao gabinete de alguns parlamentares. VEJA teve acesso a esse material. O vídeo, de cinco minutos de duração, questiona a imagem de correção do senador e sugere que Péres estaria envolvido numa fraude financeira contra uma siderúrgica na década de 70 – caso que já havia sido alvo de insistentes boatos espalhados por assessores de Renan Calheiros desde o início das investigações. O restante do conteúdo do dossiê é tão grosseiro que não merece citação.
A tentativa de intimidar Jefferson Péres chegou ao absurdo de o senador – investigador – se ver obrigado a passar os últimos dias empenhado em produzir documentos para comprovar a própria inocência, como se ele fosse o investigado. Péres requisitou certidões à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e à direção do Senado. A Abin lhe enviou um ofício informando que não há nem nunca houve apuração, documento ou fotografia que possam comprometer sua integridade moral.
O Senado atestou que ele nunca pediu passagens aéreas para quem quer que seja e que também não emprega parentes em seu gabinete. Assessores do senador Renan Calheiros, pouco antes do julgamento do primeiro pedido de cassação, insinuavam que Jefferson Péres empregava a esposa e usava sua cota de passagens para trazer amigos a Brasília. A mulher do senador, Marlídice, realmente ajuda Péres, mas não recebe salário. Não passava, portanto, de mais uma aleivosia contra o senador. No caso da siderúrgica, ele diz que foi investigado apenas por ser um dos diretores da empresa e nem sequer foi indiciado. "Essas baixarias não vão mudar uma linha do meu relatório", adverte o parlamentar. "Não tenho nada para esconder e, por isso, ninguém vai conseguir me constranger." Assinante da VEJA leia mais aqui