Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

terça-feira, junho 26, 2007

Pedro Simon

O momento difícil em que vive o Senado requer uma solução que parece simples aos olhos do povo, mas que precisará passar por toda uma complicada engenharia política para se viabilizar. Recente pesquisa encomendada pelo PSDB aponta que 58% dos eleitores não dão a mínima para o Congresso e apoiariam uma medida que o extinguisse. É um fato gravíssimo que demonstra uma extrema fragilidade de nossa adolescente democracia. Somos hoje reféns de um presidente populista, com aprovação sempre crescente e incólume a qualquer crise. E se Lula resolver ouvir alguns tresloucados do seu partido, socialistas tardios, chavistas e admiradores de Fidel e fechar ou restringir os poderes do nosso Legislativo? Acreditamos que o presidente está longe de tomar qualquer atitude parecida, mas o fascínio do poder é perigoso quando não se tem um freio das outras esferas governamentais.

O que fazer então? Parece-nos que o presidente do Senado, Renan Calheiros, não possui mais condições de continuar na Presidência. A questão hoje é temporal, saber até quando ele resiste. Os senadores conversam sobre a sucessão abertamente pelos corredores. O PMDB, partido majoritário na Casa, certamente indicará o próximo presidente. Surge, nesse momento conturbado, um nome experiente e de reputação ilibada - Pedro Simon. Curtido em várias crises que presenciou e participou, Simon tem o que o Congresso precisa - credibilidade. O governo não o quer por sua independência, mas é exatamente por esta característica que o senador gaúcho surge como solução que a instituição e o Brasil precisam. Lula não precisa de um fiel cumpridor de suas ordens, mas sim de um contraponto. Pedro Simon encaixa-se neste perfil.