Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

quinta-feira, março 01, 2007

Intimidade entre poderes

A novidade aqui em Brasília é a reunião semanal, todas as segundas, que o presidente Lula terá com os presidentes das duas casas legislativas, o senador Renan e o deputado Chinaglia.
Pode parecer uma bobagem, ou pode até ter gente dizendo que isso será o máximo, pois se reunindo semanalmente fica mais fácil de decidir quais os projetos mais importantes para entrar em pauta. Certo?
A resposta não pode ser positiva, de maneira alguma pode ser. Essa intimidade excessiva entre os Poderes é prejudicial à democracia, muito prejudicial. Lula que nem toma conta do Executivo agora quer administrar o Legislativo, quer pautar o Congresso. Já tem gente sugerindo um pequeno acréscimo no artigo 2º de nosso texto constitucional, com a nova redação ele ficaria mais ou menos assim: "são poderes da União, independentes, harmônicos e promíscuos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário."
Nosso sistema presidencialista é capenga, permitindo que o presidente legisle o tempo todo com suas Medidas Provisórias que quase nunca são urgentes e nem possuem relevância. Nosso Congresso que deveria bloquear todas as MPs que não preenchem os requisitos constitucionais necessários não o faz, deixando que o presidente mande e desmande.
Pensando bem, já estamos entregues. O Executivo excede e o Legislativo perde espaço. Sendo assim, fica cada vez mais difícil acreditarmos que o Legislativo cumprirá uma outra função constitucional, que é a de fiscalizar o Executivo, portanto a corrupção deve continuar frouxa.
Com tanta submissão, agora oficializada às segundas, fica difícil acreditarmos em uma independência. Daqui a pouco vão querer se reunir com a Ministra Ellen Gracie pra resolver como serão julgadas as decisões mais importantes do país.
Viva essa grande República chamada Brasil.

1 Comments:

  • At 01 março, 2007 22:02, Blogger Valmir Pirula Jr said…

    O lesgislativo tem a sua grande parcela de culpa, pois as bases governistas em qualquer governo são totalmente submissas a cartilha do executivo.

     

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