Política e Prazeres

Já que o poder é afrodisíaco.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Bolsa-família em debate

O período pós-eleições vem sendo fértil, como era de se esperar, em avaliações sobre os programas governamentais, o alcance de cada um e o que pode ser melhorado. Logicamente, o bolsa-família, principal carro-chefe do governo de Lula, está sendo avaliado, principalmente no que toca à inserção das famílias beneficiadas no mercado do trabalho e do acesso ao ensino de crianças e jovens. No último sábado, penúltimo dia do seminário de conclusão da 4ª Semana Social Brasileira, evento realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o programa foi debatido e o seu caráter assistencialista foi colocado ao debate. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, bispo dom Aldo Pagotto afirmou que os programas sociais do governo federal têm de prever a "inserção no mundo do trabalho" para que não gerem "acomodação". No último dia 8 de novembro, o senador Garibaldi Filho ocupou a tribuna do Senado para tratar do mesmo tema e salientou que, apesar da importância do programa, ele deve ser aperfeiçoado para "inserir as famílias no mercado de trabalho, consumo e, principalmente, na cidadania". O pronunciamento foi aparteado por diversos senadores que colocaram as suas preocupações, todas abordando o mesmo aspecto.

O governo não recebeu bem a crítica da CNBB. Logo a Conferência que sempre foi aliada do PT na luta pelas conquistas sociais. O momento é de ouvir as críticas com serenidade e também humildade e não rechaçá-las como se fossem político-partidárias.